Os meus agradecimentos a todos pela
participação e reverência nesta cerimônia de 50 anos de retornamento do
Primeiro Kaityo da Igreja Tenrikyo de São Paulo, reverendo Takeshi Ota.
Neste momento em que fizemos esta
homenagem, tenho a certeza de que a sua alma esteja muito contente e satisfeito
com a presença de todos no dia de hoje.
Relembrando um pouco de sua história,
o pai Masatake Ota, natural da província de Niigata, veio com a família ao
Brasil como imigrante. Chegou em Santos no dia 29 de julho de 1926, entrando
para a Colônia Aliança, em Mirandópolis, no interior paulista, no cultivo de
café. A família era formada pelo pai Masatake (52 anos), a mãe Masa (33 anos),
e pela filha Hisako (19 anos), e filhos Takeshi (18 anos) e Nobumi (13 anos).
No início, a cultura do café, na
colônia, não foi muito satisfatória e em meio a muitas dificuldades, em 1931,
ocorreu o repentino retornamento do seu irmão mais novo Nobumi, aos 18 anos de
idade.
Meio ano antes do ocorrido, a família
de Ishinosuke Kimura (posteriormente primeiro Kaityo da Igreja Tenrikyo de Jussara),
tinha entrado na mesma colônia e devido a enfermidade de Nobumi, a família Ota
recebeu as primeiras orientações da fé. Devido ao retornamento do filho, a mãe
Masa passou a se dedicar à fé, fazendo a divulgação e a salvação.
Em 20 de julho de 1934, Masa
partiu de Santos, para regressar a Jiba e fazer o Seminário Bekka, com
duraçãode 6 meses. Ao mesmo tempo em que se dedicava ao estudo da doutrina e
aprimoramento de fé, procurava de alguma maneira, encontrar uma esposa para o
filho Takeshi, e antes de sua volta, foi lhe apresentada a futura nora, Fuki
Kataguiri, natural de Niigata.
No dia 20 de dezembro de
1935, partiu de Santos a caravana de regresso a Jiba, composta de 133 pessoas,
tendo como chefe o primeiro Primaz Chujiro Otake e o seu auxiliar foi Takeshi
Ota. Esta caravana era para participar dos 50 anos do Ocultamento Físico de
Oyassama.
Numa certa
ocasião, durante a viagem, o Primaz falou: “jovem Ota, como você já sabe, dessa
vez, ao formar a caravana de regresso a Jiba, vieram muitas pessoas do interior
e foi muito difícil preparar os documentos”. As pessoas não entendiam a língua
portuguesa e nem sabiam por onde começar. A realização da inscrição foi uma
tarefa muito árdua. “Preciso de uma pessoa na cidade de São Paulo, que entenda
um pouco da língua, e que possa cuidar desses fiéis de qualquer maneira”, e
continuando, falou: “Será que você não poderia fazer isso?” A família ainda
morava na Colônia Aliança, mas ele respondeu: “Se é o senhor quem me pede e é
um trabalho de Deus, vamos em frente”, e fez a promessa ainda no navio. Em
Jiba, ele frequentou o Seminário Bekka, durante seis meses.
De volta ao Brasil, a
família deixou a Colônia Aliança e veio para a cidade de São Paulo. Takeshi
trabalhou um ano como jornalista e depois por mais 3 anos na tesouraria do
Cooperativa Agrícola de Cotia, ao mesmo tempo em que se empenhava na divulgação
e na salvação, conseguindo reunir um considerável número de fiéis.
Entretanto, em 1940, foi
constatado que estava com tuberculose e devido a essa orientação de Deus, fez a
determinação espiritual de se dedicar exclusivamente aos trabalhos divinos.
Logo após, teve início a segunda guerra mundial e, a sua casa que já era uma
casa de divulgação, se tornou o local de encontro dos fiéis, independente da
filiação. Foi nesse tempo, em 1942, que o primaz Otake foi preso por 1 ano e 3
meses e depois de ser solto, foi obrigado a permanecer na cidade de São Paulo.
Então, ao lado da Casa de
Divulgação, foi alugada uma casa e Chujiro organizou a Academia de Treinamento
Espiritual, o Rensei Dojo. Essa academia funcionou por dois anos e depois foi
transferido para a cidade de Avaí, perto de Bauru.
Em 26 de janeiro de 1950,
recebeu a permissão de fundar a Igreja Tenrikyo de São Paulo, ligada
diretamente ao Dendotyo do Brasil. Porém, devido a conturbada situação
pós-guerra, não havia a possibilidade de regressar a Jiba e receber
oficialmente a permissão.
Isso só foi possível em
1954, quando o casal Takeshi e Fuki regressaram a Jiba e no dia 14 de maio,
recebeu a permissão oficial de Jiba de fundação da igreja.
Durante mais de 10 anos,
apesar do agravamento gradual de sua saúde, dedicou-se ao Dendotyo,
principalmente durante a construção do atual recinto de reverência. Mesmo
impossibilitado de viajar por causa da saúde, passava orientações através do
representante da igreja, sem nunca deixar de lado a sua missão.
Após passar alguns anos
acamado, no dia 26 de fevereiro de 1965, retornou aos 57 anos de idade.
Fazendo esse pequeno
retrospecto de sua vida, não posso deixar de primeiramente agradecer pelo
caminho de sacrifícios e dificuldades que passou para deixar estabelecido a base
de nossa igreja, e que creio, todos nós estamos podendo colher os frutos de sua
dedicação.
Reconheço que as graças que
recebemos tanto na família como na igreja, são os méritos acumulados no
decorrer de sua vida, que foi dedicada na divulgação e na salvação e também,
nunca deixando de se dedicar à igreja superior, Dendotyo.
O pai Masatake perdeu um
filho com 18 anos, que foi o início da fé da família. O meu avô Takeshi também
perdeu o filho mais velho com 5 anos de idade. Graças à fé dos antepassados, na
minha geração, todos os meus irmãos estão vivos, significando que os meus pais,
até hoje, não tiveram que passar pela infelicidade de ver o retornamento de
algum filho.
Como foi lido na
dedicatória, vamos unir as forças e trabalhar ao máximo neste último ano de
atividades, dos três anos, mil dias para o Decenário de Oyassama, pois será a
maneira de tranqüilizar a alma dos nossos antepassados e também de alegrar
Deus-Parens e contentar Oyassama.
Muito obrigado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário