segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
Palestra de fevereiro de 2017
Agradecimentos a todos pela dedicação
ao Kyokai. Muito obrigado.
Em janeiro, a partir do
dia 3 a 8, houve o 10° Curso Estudantil com a participação de 10 pessoas.
Módulo 1, foram 1 pessoa, no módulo 2, 5 pessoas e no módulo 3, 4 pessoa. Nos
dias 14 a 16, foi realizado o Tsudoi, Encontro Infanto-juvenil com a participação
de muitas crianças, encarregados, pessoal de hinokishin do kyokai. Além disso,
ontem terminou o Shuyokai, com mais de 50 seminaristas e do Kyokai tivemos uma
participante.
Muito obrigado a todos e
demos um grande passo para atingir as metas da determinação espiritual desse
ano de 2017.
Como
acontece todos os anos, no dia 26 de janeiro passado foi realizado em Jiba, a
Grande Cerimônia da Primavera, que relembra a inesquecível data do ocultamento
físico de Oyassama.
Na
palestra, Shimbashira-sama, tomando como base o livro Vida de Oyassama, relatou
os fatos ocorridos antes e depois do ocultamento, na qual foi enfatizado a importância
da realização do Serviço Sagrado. Ele disse:
“Quando
lemos o capítulo X da Vida de Oyassama, vemos que as pessoas próximas estavam
com medo das opressões das autoridades e não se determinavam em executar o
Serviço. Oyassama orientava as pessoas em certos momentos advertindo com
rigorosidade ou explicando nos mínimos detalhes através das complicações de sua
saúde até finalmente executarem o Serviço, ou seja, desejava ensinar o quanto
antes a última instrução da vida-modelo. Durante os 49 dias até chegar na
execução do Serviço, tendo como base de que a execução do Serviço é o meio
fundamental do caminho da dedicação sincera à salvação, foram mostradas no dia
a dia as instruções de como se deve ter o espírito diante das complicações
observadas entre as palavras de Deus e as leis, ou seja, entre a dedicação
única a Deus e as cogitações humanas.’
Segundo
essas palavras, podemos entender que ainda hoje, não devemos esquecer de que o
maior desejo de Deus-Parens está no fato de todos devemos realizar o Serviço
Sagrado com toda sinceridade, pois foi ensinado que é através deste Serviço é
que Deus nos concederá a graça da salvação de todas as coisas. Ou seja, o
Serviço é a forma ensinada por Oyassama para se fazer a solicitação a Deus,
para que possamos receber a graça e a proteção em todas as coisas no nosso dia
a dia.
Todas
as coisas significa a graça da saúde no corpo emprestado por Deus, não somente
a nossa mas de todos os membros da família, a prosperidade no trabalho, em
maior escala a harmonia na sociedade em que vivemos e também a paz no mundo. Já
sabemos que tudo isso não depende apenas da nossa força, capacidade,
inteligência ou dinheiro, mas são providências concedidas por Deus, de acordo
com o nosso espírito, o nosso merecimento.
Por
isso, ao realizarmos o Serviço com sinceridade, essa sinceridade é aceita por
Deus e como resultado, recebemos a sua graça e proteção. Foi por isso que
Oyassama ensinou como sendo o principal meio de salvação.
Em
outro trecho do livro temos que o período entre 1882 e 1884, Oyassama com 85
anos, foi de maior rigorosidade das opressões e onde ela passou a maior parte
dos sacrifícios nas delegacias e presídios. Nos registros do 1º Shimbashira,
está escrito que os três anos, os policiais vinham quase todos os dias, independentemente
de ser dia ou noite, e vasculhavam todos os cantos da casa.
Hoje,
já não temos essa perseguição e nem o ensinamento da Tenrikyo é algo que esteja
contra a lei do governo. Fizemos o Tsukinamisai de fevereiro sem a preocupação
se seríamos presos. Porém, se caso estivéssemos naquela época, sofrendo
perseguição e sendo presos apenas por realizarmos o Serviço, será que a nossa
fé seria o firme o suficiente para suportarmos essa situação, ou pensaríamos:
apesar de ter sido salvo por Oyassama, não vale a pena ser oprimido e preso por
seguir a fé. Vou mudar para outra religião.
Creio
que muitas pessoas pensaram dessa maneira e deixaram a fé. Porém, muitas
pessoas também, sentindo gratidão pela vida ter sido salva por Oyassama é que,
não se importaram com a perseguição da polícia e mantiveram firmes a convicção
e a crença em Deus-Parens. Com certeza, essa é a postura espiritual que todos
nós devemos ter como exemplo em nossos dias também.
O melhor desse exemplo
pode ser visto em Izo Iburo, após a conclusão da colocação da cumeeira do Local
do Serviço, aconteceu o nó do Santuário de Oyamato, em 1964. Quando Shuji, Izo
e demais pessoas estavam indo para a casa dos Yamanaka para comemoração, em
frente ao Santuário de Oyamato, tocaram taiko e hyoshigui, cantando em altas
vozes o nome de Deus. Então, foram repreendidos pelos sacerdotes e o grupo foi
preso para averiguação por três dias.
Depois desse fato, muitos
seguidores ficaram com medo e deixaram de frequentar a Residência e a obra do
Local do Serviço praticamente parou. Porém, Izo Iburi, disse a Shuji para não
se preocupar, pois mesmo sozinho terminaria a obra, pois era a forma de
retribuir a graça da salvação da sua esposa. Assim a construção ficou concluída
só depois de dez anos. E foi Izo que deu prosseguimento a esta obra.
Era uma época em que os
fiéis quase não reverenciavam. Oyassama e as pessoas da Residência passavam às
noites frias de inverno sem carvão para se aquecerem. Neste meio, Izo vinha
todos os dias de Itinomoto, ajuntava as folhas caídas e acendia o fogareiro
para aquecer Oyassama. Ela ficava muito contente e afirmava:
“Só mesmo o Izo para vir
numa noite assim.”
Desta maneira, ele veio
todos os dias, durante anos e serviu Oyassama para retribuir a gratidão pela
graça da salvação. Essa sinceridade dedicada por longos anos foi aceita por
Deus-Parens e posteriormente, após o ocultamento físico de Oyassama, ele se
tornou no Honseki.
Relembrando,
no Brasil, na época da Segunda Guerra, Chujiro Otake também foi preso. Não foi
porque cometeu algum crime, mas por ter sido considerado o líder de uma
religião de um país inimigo do Brasil. Em seu livro consta o seguinte quando
foi preso:
‘No
dia 16 de março de 1942, Chujiro foi cortar o cabelo e brincou: – Corte bem
curto porque acho que vou ser preso...
Na manhã seguinte,
durante o Serviço Sagrado da manhã, o cachorro latiu... “Será???”, pensaram
todos. Quando viraram-se para descer do estrado superior após a reverência a
Deus-Parens, haviam policiais fechando as portas principal e lateral do Recinto
Sagrado e, dois deles avançaram para prender os missionários. Chujiro pediu
para que aguardassem mais alguns instantes até concluírem as reverências aos
altares de Oyassama e dos antepassados. Foi atendido.
– Querem que eu vá vestido assim? – perguntou Chujiro, apontando
para a veste kyofuku que estava usando.
– Não, pode se trocar. E todos estão presos. – declarou o policial que
parecia ser o responsável pela operação.
– Deixe os outros e prenda só a mim, que sou o responsável. – pediu
Chujiro. Assim, ao final de muita negociação, resolveu-se pela prisão apenas dos
que estavam celebrando o Serviço Sagrado, ou seja, de todos os homens. Antes,
porém, lembrando-se da vida-modelo de Oyassama – que tentava seguir em
quaisquer situações – Chujiro perguntou se os policiais queriam tomar café. O
convite foi logicamente recusado.’
Em seguida, todas as
portas da igreja foram lacradas pelos policiais e Chujiro ficou detido durante
20 dias em Bauru e depois transferido para São Paulo. Ficou sete dias preso na
Delegacia de Ordem Política e Social, DOPS, e depois mais 1 ano e dois meses na
penitenciária. Mesmo depois de libertado, teve que permanecer em São Paulo,
devido à rigorosa vigilância da polícia.
São fatos que ocorreram
devido aos tempos de guerra, infelizmente. Porém, o ponto mais importante que
serve de exemplo para nós como seguidores deste Caminho, está no seguinte
trecho:
‘Durante os pouco mais de
14 meses que permaneceu preso, Chujiro não esqueceu um dia sequer que era um
missionário tenrikiano e empenhou-se na prática do hinokishin. Limpou
banheiros, ajudou os mais idosos a se exercitarem e tentou sempre animar os
presos com palavras de incentivo, tendo sua dedicação reconhecida por todos – japoneses,
alemães e italianos.’
Tanto Izo, que se manteve
firme em sua decisão de continuar a obra, mesmo após ter sido preso e de muitos
abandonarem a fé, tanto o Primeiro Primaz que, mesmo na penitenciária, não
esqueceu da importância de praticar a vida-modelo de Oyassama, são exemplos que
não devemos esquecer como seguidores deste Caminho.
Haja o que houver,
qualquer que seja a circunstância ou situação em que estivermos, em primeiro
lugar, devemos sempre ter Deus-Parens como referência, e ter o ensinamento de
Oyassama como ponto de reflexão.
Praticar a doutrina no
dia a dia, significa a manifestação da nossa sinceridade. Essa sinceridade é a
gratidão a Deus-Parens pelas constantes graças que estamos recebendo,
principalmente através da dez providências divinas no corpo emprestado e
também, é o sentimento de contentar Oyassama com as nossas atitudes e ações.
É dessa forma que, como
disso no início, ao realizarmos o Serviço Sagrado, essa sinceridade acumulada
no nosso cotidiano é aceita por Deus-Parens que concede a salvação em todas as
coisas. Ou seja, somos protegidos em todos os momentos da vida.
Agradecendo mais uma vez a todos pela
reverência e participação na cerimônia mensal de fevereiro, termino as minhas
palavras. Muito obrigado.
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